quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Quando o cabelo subiu à cabeça! Anos 60


  Não é raro, na verdade bastante comum, ver um registro dos anos sessenta, mais precisamente entre 1964 e 1968, onde mulheres com cabelos armados, muito altos. Não raro mais de vinte centímetros eram acrescentados à estatura, por causa do penteado extravagante.


  Como nasceu exactamente, não se pode afirmar com certeza, mas a moda que excedeu as raias do absurdo teve pontapé na arte, especialmente filmes e séries de ficção científica, onde o exagero é mais do que normal, é uma regra sacra.


  Das telas e das passarelas para as festas foi um pulo. As coisas começaram discretamente, um pouco de laquê para manter o volume, de vez em quando, manter as pontas viradas para cima, ajudar a firmar o penteado de uma cabeleira longa toda amontoada na cabeça, e o que era glamour ganhou toques de brega. Well, cada um tem ou deveria ter, a vida que quer viver, mas quem se expõe assume o risco de virar piada.


  O penteado daquele marciano de Marte Ataca, que se fantasiou de humana para se infiltrar, não foi um devaneio estilístico, aquele penteado realmente existiu e era utilizado na vida civil. Imaginem entrar em um carro comum com mais de dois metros d altura, metade deles só de cabelo! E o peso deslocado todo para cima, imaginem o que era fazer um gesto brusco ou mesmo se inclinar, fora o risco de tudo desabar!


  Sim, meus amigos e minhas amigas, era um risco que as mulheres assumiam com alegria, simplesmente porque se realizavam. Mais ou menos como uma boa moça que decide enfrentar o falatório e faz uma bela tatuagem em lugar bem visível. Claro que o penteado pode ser desfeito mais facilmente do que a tatuagem, mas é por aí.


  Também havia a euforia do optimismo sem precedentes do meio de século passado. "Eu posso" era o lema do ocidente, e de muitos lugares no oriente, especialmente nos Estados Unidos. Ainda mais com os avanços da era espacial. O grande problema era que o exagero ignorava os riscos de intoxicação do laquê, principalmente porque é aerossol, facilmente aspirado e alojado nos pulmões. Também por isso algumas ousavam e anexavam jóias ao penteado, um recurso tão arriscado quanto compensador, para quem sabe o que está fazendo. Neste caso, só para as festas mais glamorosas.


  Mas mesmo com volume avantajado, havia penteados que justificavam ir a um evento para vê-los. Sejamos justos, algumas verdadeiras obras de arte, por vezes minimalistas, escondiam a trabalheira que davam na elaboração. Eram penteados que combinavam muito bem com vestidos e ambientes refinados, mas perderam força quando as roupas começaram a ter cortes mais simples e as barras ficaram mais altas.


  A moda não durou muito, com os hippies veio a idéia com acento de vida natural, ser natural e os cabelos soltos, balançando e por vezes cobrindo o rosto, veio à tona. Isso aconteceu pelos idos de fins de 1968 e em fins de 1969 quase ninguém mais fazia esculturas capilares. Não para uso civil.


  Hoje é muito difícil encontrar quem saiba fazer esses penteados. na época não era barato, hoje a escassez de mão de obra os torna muito caros. Não se enganem, apesar de alguns parecerem simples, a execução é bastante elaborada, especialmente se a cliente dispensar o laquê! A seguir um penteado que não é exactamente básico, mas era dos mais simples e comuns para a noite... Às vezes até para o cotidiano.